terça-feira, 17 de abril de 2012

A quem devemos explicação quando fracassamos?




Quando sofremos um revés nos negócios, há um peso exagerado sobre as costas do empresário, administrador.
Sim, não é nada fácil o momento do baque, quando sentimos o navio  afundar, o chão se abrir, e o horizonte desaparecer.
É a hora de entrar em ação a razão e depurar os instintos na busca de soluções e superação. Acredito que há o momento de ir em frente, de recuar, de jogar a toalha para determinado negócio. Mas nunca desistir do projeto maior: a vida. Pois se hoje caímos ao traçar uma trilha errada, é possível recomeçar buscando o caminho correto.
O que pode turvar nossa visão sobre os acontecimentos difíceis no momento do fracasso é uma série de cobranças:
1)      Pessoal – nos sentimos frustrados e num primeiro momento questionamos nossa competência, capacidade.
2)      Familiar – por causa dos erros o negócio não deu certo e o desequilíbrio financeiro afetará a vida familiar fatalmente. Como ficarão as contas, a escola dos filhos, os passeios e jantares sociais?
3)      Credores – bancários, fornecedores. Lidar com as ligações constantes com cobranças, os juros sobrepostos, a dificuldade de efetuar compras para alavancar novos negócios vão dispender de frieza e capacidade de negociação do empreendedor.
4)      A pior e mais inútil das cobranças: a sociedade.
E mesmo sendo esta a mais inútil, é comum o empreendedor se complicar ainda mais por dar importância demasiada à ela. Como ficará a imagem pessoal e familiar perante a sociedade? Parte dela cobrará, fuxicará, palpitará... e nada disso vai trazer algo que acrescente ou traga soluções para o problema. Claro que existe a parcela de amigos e parceiros que tentarão lhe abrir portas para o recomeço, e esse tipo de relação positiva o empreendedor deve cultivar desde o início da trajetória.
Se devemos algo a alguém, seria:
À  nossa consciência (onde errei, como recomeço, o que preciso mudar, o que preciso melhorar),
A família (capacidade de conquistar e unir todos buscando a saída – juntos. Se houver necessidade de mudança de cidade, mudança de escola e hábitos, que assim seja. Adiar a troca de bens, ou mesmo efetuar a venda de bens para cobrir débitos, que seja. A capacidade de reação  frente a uma adversidade é um item de série do empreendedor, e se ele não o possui, que o desenvolva. Não tem outro jeito).
Nossos parceiros, sócios, fornecedores e os bancos. Novamente entra em ação o poder de negociação e o estudo das mais diversas possibilidades para atravessar a tempestade.
Nossos clientes e o mercado. Se for pra sair, que seja deixando uma boa impressão. Manter o ânimo,  a seriedade, o compromisso, a entrega de todos os serviços e pedidos, ainda que o momento seja de dor, são atitudes que contarão pontos e permitirão que encontremos as portas abertas na hora do retorno, ainda que o foco dos clientes seja outro. Credibilidade vale ouro.
Por fim,
no momento da crise, temos que diferenciar o que é problema real do imaginário. Concentrar nas soluções e não nos problemas, pois quem se concentra só nos problemas apenas alimenta lamentações. E lamentações não pagam contas nem trazem recursos para o recomeço.

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